Hayley é entrevistada pelo portal The Tennessean
Por em 6 de setembro de 2018

Em recente entrevista ao site The Tennessean, Hayley comentou sobre seus sentimentos e o Art + Friends, mini festival que marcará o encerramento da era “After Laughter” e que contará com apresentações de bandas locais de Nashville junto com o Paramore. Confira traduzido abaixo.

“Art + Friends”

É um pequeno e meigo nome para o show planejado pela banda Paramore em sua cidade natal e que acontece nesta sexta-feira, no Auditório Municipal.

Mas, ao longo dos últimos anos, essas palavras tiveram um peso para Hayley Williams, vocalista da banda. Para ela, essas eram as duas coisas que a mantiveram em pé no palco.

Essa descoberta aconteceu há cerca de dois anos. A banda estava tocando no cruzeiro “Parahoy!” em meio a provações pessoais e profissionais.

“Subi no palco e estava nervosa sobre o que dizer,” diz Williams.

“Jeremy (Davis, ex-baixista) não fazia mais parte da banda. Eu estava passando pelo o que eventualmente se transformaria em um divórcio. E percebi no palco que, naquele momento, as únicas razões para eu ter sobrevivido física e emocionalmente foram a música e as amizades. Isso meio que continuou sendo uma verdade para mim nos anos seguintes.”

Não por coincidência, o período seguinte se tornaria um dos mais transformadores – e triunfantes – dos 14 anos de história da banda.

Para a criação do álbum mais recente, “After Laughter”, Zac Farro, um dos membros fundadores da banda, retornou à cena, trazendo consigo uma nova perspectiva artística. A banda deixou de lado as guitarras pesadas, encontrando um novo som inspirado nos anos 80, construído com ritmos divertidos, texturas eletrônicas e letras introspectivas.

Os fãs, em sua maioria, também seguiram o ritmo, e “After Laughter” garantiu à banda uma das melhores recepções de toda a carreira.

Agora, diz Williams, “Nós estamos nesse lugar totalmente inocente e novo, graças àquelas duas coisas.”

‘Eu ainda não acho que sei de tudo’

O show de sexta-feira também serve para finalizar o ciclo do álbum “After Laughter” – a banda tem se referido como sendo “o último show por um tempo” – e Williams diz que eles querem fazer algo especial, tanto para a sua cidade natal quanto para a era.

“Art + Friends” pode ser considerado um mini festival musical, com cinco bandas de indie-rock naturais de Nashville tomando o palco antes do Paramore. Williams considera várias delas como suas amigas – no começo da semana, ela e a vocalista do Bully, Alicia Bognanno, filmaram um vídeo promovendo o show.

Poder se conectar com outros artistas de Nashville tem sido algo “gratificante e excitante” para Williams, e uma experiência que ela não teve quando a banda estava fazendo shows na adolescência.

“Eu nunca senti que as pessoas nos viam como uma banda de Nashville, até que nós ficamos um pouco mais velhos,” ela diz. “Mas ser capaz de não apenas me conectar com outras bandas dessa cena musical, especialmente aquelas lideradas por mulheres, mas também ajudar a introduzir outras pessoas a elas… Eu estou bastante animada por poder desempenhar um pequeno papel nisso”.

Williams tinha apenas 16 anos quando o primeiro álbum do Paramore foi lançado, mas ela e os seus companheiros de banda se tornaram os veteranos para aquela audiência.

“Eu não estou acostumada a isso”, ela diz, rindo.

Foi o caso de quando eles trouxeram a revelação do indie-rock de Nashville, Sophie Allison (também conhecida como Soccer Mommy), em sua turnê ao longo do verão.

“Nós fizemos uma entrevista juntas, e ela disse, ‘Eu tenho 21 anos e acabei de tirar minha carteira de identidade, eu estava usando uma falsa. Você já foi ao Santa’s Pub, Hayley?’” lembra Williams.

“Eu estava tipo, ‘Você é uma criança! Eu sou a sua mãe!’ e percebi o quanto sou mais velha que ela, e isso foi louco. Esse foi apenas um exemplo de quando eu percebi a quanto tempo nós estamos fazendo isso, e sinto que eu não sei de tudo. Espero que eu nunca me sinta dessa forma.”

‘Eu voltei para uma cidade diferente’

O crescimento de Nashville também foi um choque para ela em 2015, quando ela voltou para a Cidade da Música depois de algum tempo.

“Eu morei em L.A. por alguns anos, e voltei para uma cidade diferente,” ela diz. “Eu estava em um pouco de luto, e tinha vários amigos que também se sentiam daquela forma. Mas, para ser honesta, assim que eu me conectei um pouco, e as coisas da minha vida pessoal meio que me levaram para uma nova fase de maturidade, comecei a passar mais tempo na cidade com os meus amigos e pude me conhecer novamente – no lugar onde cresci mas com todos esses mistérios e aventuras ao seu redor.”

Isso parece bastante com aquilo que ela passou com a sua banda. Em 2015, Williams disse que ela estava “pronta para fazer outra coisa.” Em uma noite de sexta-feira, eles estavam encerrando um capítulo em ótimos termos, e o futuro parecia aberto.

“Parecia que eu estava segurando a banda com uma mão aberta, ao invés de me agarrar com todas as forças ao único fio da corda na qual eu estava pendurada,” diz Williams.

“Eu olho para trás e vejo isso com mais ternura, e sinto que não é algo que eu possa controlar, se vai ou se fica. É algo vivo, e eu faço parte disso. Mas é algo tranquilizador. Eu amo os meus amigos e amo a música, então, no final do dia, é isso que irá me manter prosseguindo. Isso irá me manter viva.”

Se você for

“Paramore Art + Friends” acontecerá no Auditório Municipal, nesta sexta-feira. Além do show principal do Paramore, o evento contará com as performances de outras cinco bandas de indie-rock de Nashville: COIN, Bully, Canon Blue, Liza Anne e Nightingail.

Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR / Fonte

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